segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Golpe de falso desembargador em parentes de presos é apurado na BA

A Polícia Civil de Tanhaçu, no sudoeste da Bahia, investiga um golpe aplicado em familiares de presos mantidos sob custódia na delegacia da cidade. As vítimas afirmam que, na última quinta-feira (3), um homem que se identificou como desembargador cobrou R$ 500 para libertar os detentos. As vítimas dizem que o golpista obteve o contato dos parentes na própria delegacia. O delegado adjunto Marcos Torres nega ter conhecimento de que funcionários do distrito policial tenham cedido contatos para o falso desembargador.

De acordo com o relato da esposa de um dos detentos, Gernivan Ribeira dos Santos, o suposto desembargador teria procurado o delegado adjunto e informado que participaria de um mutirão de soltura. Para isso, o falso desembargador disse que precisava dos contatos telefônicos dos parentes dos detentos. O delegado teria autorizado um funcionário a passar os números. O suposto desembargador ligou para os familiares dos presos e solicitou R$ 500 para tratar da liberação de cada um deles.

"Tem dois anos que meu marido está preso e eu juntava um pouco de dinheiro todos os meses para contratar um advogado para soltá-lo. Eu não trabalho, recebo o auxílio reclusão para criar nossos dois filhos e usei toda a economia que tinha para fazer esse depósito", conta Gernivan, dona de casa. O golpe foi descoberto quando Gernivan compareceu na delegacia com o comprovante de depósito e pediu a soltura do marido.

Em entrevista ao G1, o delegado adjunto confirmou que alguns familiares dos presos estiveram na unidade policial com comprovantes de depósito no valor de R$ 500, mas nega ter conhecimento sobre o fornecimento de dados dos familiares por funcionários da delegacia. Segundo ele, um boletim de ocorrência foi registrado e as acusações serão apuradas.

Gernivan diz que vai recorrer à Justiça para reaver a quantia roubada. "Registrei a ocorrência na delegacia, mas sei que fica por isso mesmo. Vou procurar a promotora na quarta-feira para pedir uma solução", diz a vítima do golpe. A reportagem entrou em contato com o Fórum de Tanhaçu, mas a atendente disse que não tem conhecimento do caso e que a promotora só estará no local na quarta-feira (9).

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