segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Menino que teve coma alcoólico em SP bebeu pinga, diz delegado

Redação CORREIO

O delegado Plaucio Fernandes disse na noite de domingo (26) que o menino de 2 anos, internado à tarde com quadro de coma alcoólico, ingeriu cachaça. Os pais foram presos e, segundo a polícia, são os principais suspeitos de terem dado a bebida à criança, que está em observação na Santa Casa de Sertãozinho, distante 333 km de São Paulo.
“A criança consumiu pinga e saiu cambaleando na rua. Quase caiu em um córrego”, afirmou Fernandes ao G1. Segundo ele, o pai do menino, um lavrador, e a mãe, uma dona de casa, foram presos em flagrante por volta de 15h no assentamento onde moram, no bairro Vila Garcia, próximo à zona rural da cidade. “Eles não puderam pagar a fiança. Estipulei R$ 310 para cada um”, contou o delegado.
Fernandes disse ainda que os pais negam ter dado cachaça ao filho. “Ela (mãe) fala que não sabe o que aconteceu, que não viu o menino tomando. O pai alega que não estava em casa, mas testemunhas contaram que eles beberam a noite toda.” De acordo com ele, baseado em depoimento de vizinhos, “é recorrente” o fato de o casal dar bebida alcoólica aos cinco filhos. Os dois seriam encaminhados ainda neste domingo a cadeias públicas de cidades vizinhas.
“O crime é de entrega de substância que cause dependência física ou psíquica à criança ou adolescente. Com o agravante que a criança é muito nova”, explicou Fernandes, que enquadrou os pais do bebê de acordo com a legislação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O delegado contou que na casa da família encontrou a garrafa de cachaça vazia, “mas ainda com cheiro recente de álcool.”
Em observação
A médica que atendeu o menino não quis se identificar, mas contou que a criança chegou ao hospital “inconsciente, não respondia aos estímulos e tinha hálito etílico.” De acordo com a clínica-geral, o paciente acordou pouco depois de 18h, mas ainda estava sonolento. “Ele chorou. Demos mamadeira com leite e não quis brincar”, contou.
O menino, internado no setor de pediatria, ficou à base de soro para hidratação e, de acordo com a médica, precisa ficar em observação para saber se apresentará sequelas. A doutora justificou o procedimento alegando não saber se o garotinho já tinha ingerido álcool outras vezes. “Ele entrou em coma alcoólico. Pode ter prejuízo neurológico”, alertou a clínica-geral, que não escondeu a revolta com o caso.
“Ficamos indignados aqui. Faço plantão há dois anos em Sertãozinho e é a primeira vez que vejo caso similar nessa cidade”, afirmou. Ao contrário do que relatou a parente que levou o bebê ao hospital (prima da mãe dele), a médica disse que o paciente não tinha sinais de atropelamento e isso foi provado com um exame de tomografia.
Como o Conselho Tutelar foi acionado, a criança só deve deixar a Santa Casa quando o juiz determinar com quem ficará a guarda dele. A avó materna teria manifestado interesse. As informações são do Globo Esporte.

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